terça-feira, 9 de março de 2010

Flâneur

Recebemos, hoje, a tarefa dos professores do AIA, de pesquisar sobre quatro temas, que serão os assuntos das nossas próximas aulas, são eles:

  • Flâneur
  • Deriva
  • Parkour
  • Flash mob

Olhei um pouco na internet sobre o primeiro, Flâneur, e descobri algumas coisas:


O Flâneur pode ser definido como aquele que vaga pelas ruas, sem compromisso, com o intuito aparente de apenas observar os lugares por onde passa. Ele nasceu nas obras do poeta francês Charles Baudelaire, como o oposto ao burguês, que dedicava seu tempo, quase que exclusivamente, aos negócios.


“É um observador que caminha tranquilamente pelas ruas, aprendendo cada detalhe, sem ser notado, sem se inserir na paisagem, que busca uma nova percepção da cidade.”



Segundo o dicionário Michaelis:

Flanar
fla.nar
(fr flaner) vint Passear ociosamente; vadiar.



Quando escutei a palavra flâneur lembrei dela de algum lugar, mas não lembrava de onde, nem o significado. Olhando um texto da internet li que João do Rio, jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro, foi um dos primeiros e mais importantes flâneurs a surgir no Brasil, e foi em um livro dele que conheci a palavra.

No vestibular da UFMG de 2009, uma das obras literárias indicadas, era o livro “A alma encantadora das ruas”, de João do Rio. A definição para a “arte de fanar”, como ele mesmo diz, aparece na primeira crônica do livro: A Rua.

De todas definições que encontrei a dele foi a que mais gostei, portanto abaixo está o trecho em que o autor fala sobre o assunto:


“Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários, que não pertence a nenhuma língua! Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha das alfurjas da Saúde, depois de ter ouvido dilettanti de casaca aplaudirem o maior tenor do Lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja.

É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas.”


Por hoje é isso!!!


Se encontrar mais alguma coisa, coloco aqui...


^^


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